Deve ser do adiantado da hora que me deu para isto mas, no meio de tantas, alguma há-de escapar...
- Como se chama o pai da Malu Mader?
- É o Malu Fader!
- Porque é que a célula vai ao psiquiatra?
- Porque tem complexo de Golgi!
- O que é que a galinha foi fazer à igreja?
- Assistir a Missa do Galo!
- Porque é que o galo canta de olhos fechados?
- Porque já sabe a música de cor!
Agora vou mas é pra casa...
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61 comentários:
A primeira é boa, mas acho que devia ser: Quem é o marido da Malu Mader?Já agora, em que categorias encaixam estas piadas secas?
A primeira e a segunda são claramente trocadilhos linguístos, penso eu de que...
As outras talvez numa categoria de perguntas idiotas (as respostas é que são idiotas), na mesma linha das conhecidas piadas do elefante ou da ervilha.
Eu encaixava a terceira também nos trocadilhos linguísticos. A segunda embora também seja um trocadilho linguístico, devido à sua especificidade, acho que encaixava melhor na secção de piadas profissionais, neste caso de Biologia). A última acho que encaixa numa categoria que ainda não foi criada que seria a non-sense.
Para aqueles que não perceberam, podem explicar a segunda?
Quanto às categorias, eu acho que devia haver uma categoria para trocadilhos inter-línguas (como a primeira).
De resto, só tenho a dizer: belos exemplares.
Suponho que quem tem complexos vá ao psiquiatra. Curiosamente, nas células animais (nas vegetais penso que não há) existe um elemento, para além do núcleo, das mitocôndrias, etc que se chama "Complexo de Golgi". É parecido com vários sacos achatados, e é formado por membrana celular. Acho que só existe nas células eucariontes (que têm núcleo). Serve para transportar proteínas e lípidos para outras partes do corpo. Que resposta tão seca!
Sofia Bento acordou bem disposta e disse:
Que resposta tão seca!
RedScout cheio de sono responde:
Obrigado pelo elogio. A intenção era essa.
Já repararam que temos um problema de dicção difícil de resolver?
O sr. RedScout repare:
Na verdade, disse que resposta tão seca (ler séca - vocábulo introduzido por Eça no séc XIX em Portugal, adaptado a uma construção um pouco incorrecta da frase: "Luísa espreguiçou-se. Que seca ter de se ir vestir!" - O Primo Basílio; "- Anda lá para o fundo da quinta! disse ela. Que seca! Se o senhor pároco quisesse, aqui adiante pode-se passar." - Amélia no "O Crime do Padre Amaro"; "- Achei-me tão cansada, depois de jantar, veio-me uma preguiça... Mas então partires assim de repente!... Que seca! Dá cá a mão!" - Maria nos "Os Maias"), para caracterizar a minha explicação, que não é mais do que um reparo negativo a mim própria.
No entanto, a resposta "porque tem Complexo de Golgi" é realmente seca (ler sêca), e no contexto deste mestrado, é de facto um elogio.
Fiquei a pensar nisto.
Aqui vos deixo umas definições que me chegaram pelo Emilio...
Decágono: pessoa com diarréia que acaba de evacuar pela décima vez.
Diabetes: jovens semidesnudas que dançam como o diabo
Eau de toillete: água encontrada nas bacias sanitárias francesas
Feedback: anglicismo; forma pernóstica de mandar o Fido voltar. (Fido! Back!)
Nauseabunda: bunda tão feia que chega a provocar náuseas.
Presidiário: elemento que, diariamente, é detido pela polícia
:) tamos sempre a aprender...
Após uma exaustiva pesquisa (ou não) encontrei uns parágrafos interessantes sobre o dito complexo:
No complexo de Golgi realiza-se a parte mais importante da glicosilação. A cadeia glicosilada que as proteínas receberam no RER vai ser modificada consoante o seu destino final. Esta modificação inclui fosforilação de resíduos de manose (no compartimento cis), remoção de resíduos de manose, adição de N-acetilglucosamina, ramificação da cadeia (compartimento médio) e adição de ácido N-acetilenuramínico(ácido siálico) no compartimento trans. - Prof. Doutor Pedro Silva.
Não me atrevi a fazer copy/paste do resumo de um projecto de Investigação Científica, mas os mais curiosos podem lê-lo aqui.
Assim se aprende no blog.
Estou a ver que o nosso programa de televisão vai ser mesmo n'A Dois.
Ninguém viu a minha sugestão de categorização??
Já deviam saber que as minhas ideias são todas geniais! Deviam andas todos com um gravador à minha volta só para apanhar as pequenas migalhas de genialidade que, no meu dia-a-dia, vou deixando cair. Eu considero o facto de andar misturado com pessoas do tipo "menos geniais" como um acto de caridade. Vós sois todos uma cambada de ingratos, soberbos e pretenciosos por não assumirem que eu sou, claramente, superior a vós.
Para mim, existem dois tipos de categorias:
- Assunto
- Tipo de piada
Cada piada pertence a uma categoria de cada tipo. Por exemplo, a terceira piada (segundo o Sr.Zarroba) era uma piada biológica quanto ao assunto, e trocadilho linguístico quanto ao tipo de piada.
Agora peço a vossa licensa, mas tenho que ser genial para outro sítio.
Peço desculpa por este comentário, mas ando-me a partir todo em figuras...
As migalhas é para quê? para encontrares o caminho de volta? já devias saber que isso não resulta... se alguém desata a comer as migalhitas ficas perdido no Mundo pá!
Sr. Tralves, permita-me uma pequena correcção:
"era uma piada biológica quanto ao conteúdo, e trocadilho linguístico quanto à forma.
Porque se é para ser genial, então que o sejamos com rigor.
Exma Senhora Dona Professora Doutora Advogada Engenheira (riscar o que não interessa ou acrescentar o que faltar) Sofia Bento, por ser novo aqui no Mestrado, vejo-me mergulhado numa dúvida que me atormenta. O que é que Vossa Excelência faz profissionalmente?
Obrigado Sra.Sofia, realmente é isso mesmo. Uma piada tem conteúdo e tem forma. Esses conceitos adequam-se muito bem.
Já agora, gostaria de tentar responder ao Sr.Ivo:
A informação que procura encontra-se entranhada em 90% dos posts e comments realizados pela Sra.Sofia como uma nódoa de pêssego numa camisa nova. Em todo o caso, se ler a sua própria descrição no wiki irá chegar à mesma conclusão que eu: ser a Sofia Bento dá trabalho mais que suficiente.
É porque coloco o que sou naquilo que faço, sr. TRAlves. Um dia destes também havemos de conversar sobre nódoas de pêssegos em camisas novas...
Ok... Coordenadora dos Puxanços Orelhais do Mestrado... uhmm... Assustador... ou será ela um corrector ortográfico? Muitas dúvidas pairam...
Digamos que o currículo da Sofia, imprimido, precisa de duas florestas.
2 florestas... Aqui perto vejo a mata do Monsanto... talvez dê para os dados biográficos...
Pessoal o que acham desta para a Categoria dos Piropos:
-Isto aqui é tipo World Trade Center... Entra com cada Avião...
Está muito boa! Já devia estar no Wiki...
Está eleita para mim como o melhor piropo.
Tomei a liberdade de acrescentar este piropo ao Wiki. :)
Piropo Avestruz. Muito Bom!
E fez muito bem, sr. Ivo.
Devo dizer que os meus XX provocam-me alguma inquietação no que se refere a esta categoria, mas esta parece-me bem.
Esse é muito soft... :)
Olha aqui um que de certeza que procova contacto físico:
A menina é tão bonita que tenho uma prendinha para lhe dar, mas como vi que não tem saquinho, vai ter de levar no pacote.
Se gostarem, também se arranjam coisas mais românticas:
A tua voz é como o canto de uma sereia, faz-me querer naufragar em teus lábios.
Segundo fonte segura (sim Anita, és tu), as mulheres não gostam destas frases feitas e preferem ouvir palavras ditas por nós e não inventadas por alguém.
RedScout: Se formos nós a inventar também são inventadas por alguém...
Apoio esta reflexão do sr. RJT. Nós também somos alguém. Também somos pessoas. Também temos direitos. Também precisamos que reconheçam o nosso trabalho e o nosso esforço. Sniff...
Eu prefiro ser ninguém do que ser alguém.
É que, pelo que aprendi em filosofia no 11º ano (e já lá vão uns anitos):
Ninguém é perfeito
Eu sou ninguém.
Eu sou perfeito.
Eu prefiro ser alguém e imperfeito do que ninguém e perfeito.
Alguém ou ninguém, mas imperfeito. É que a perfeição é uma sensaboria.
Tenho uma tia que estuda a Bíblia, não é católica e também penso que não é uma religião, chama-se testemunha, acho. Deixei-me convencer e volta e meia deixa lá em casa revistas para eu ler, como lhe disse que lia, leio. É melhor do que falar com ela sobre este assunto. Em tempos, falava-me muito disto: haveria um tempo em que quem se orientasse pelos preceitos deste Deus, teria a possibilidade de viver aqui na terra num mundo perfeito.
Na altura lembro-me de lhe ter perguntado porque haveria eu de querer viver num mundo perfeito, e o que ela entendia por mundo perfeito.
Aí ela disse um mundo onde não houvesse guerra nem fome (estava quase a convencer-me, mas depois) nem fosse preciso trabalhar. Aí perguntei porque não haveria eu de querer trabalhar? Quer dizer aquilo que adquirimos (de material ou imaterial) devido a um esforço nosso sabe-nos melhor. Aquelas coisas que não nos custaram a ganhar não damos muito valor.
Nesta altura, acho que a minha tia já estava suficientemente chocada e eu já começava a sentir-me mesmo mal. Aí, ela tentou uma abordagem diferente: o que eu gostava mais de fazer?
Bom, disse-lhe que gostava de saber coisas, como funcionam, de aprender, de conhecer.
Perguntou-me ela então se eu não gostava de viver num mundo onde pudesse ter acesso a todo o conhecimento que eu quisesse.
E eu disse-lhe que não. É verdade, eu disse que não à minha tia e pelas expressões faciais eu já previa que ela estaria profundamente chocada.
Quer dizer, se eu souber que poderei ter acesso ao conhecimento ou qualquer outra coisa, para quê esforçar-me para o ter? É como os objectivos de vida. As pessoas traçam objectivos e tentam alcançá-los, mas o bom mesmo é o processo, as escolhas, as decisões que irão permitir alcançá-los ou não.
Quando chegamos ao fim do processo, poderemos ter uma boa ou má sensação de acordo com o termos atingido ou não o objectivo, mas é só isso.
Voltei a entusiasmar-me. Queria só falar sobre a perfeição através de um exemplo.
Daqui a nada o sr. Z@ há-de vir dizer que este tipo de conversa não é digna desta casa, e com razão. Não terei uma boa justificação, apenas que me saíu.
Acho que já ninguém vai ler isto...
- Como se chama a irmã do Garfield?
- Colherfield!
- Que animal está no fim do percurso?
- Urso!
- Por que a água foi presa?
- Porque matou a sede.
Espero mesmo que ninguém tenha lido isto. Caso contrário, desculpa...
Eu li e estão muito perto do genial.
Voto (quem sou eu, perguntarão!) o Sr. RedScout como o bloseco mais seco deste blog!
Eu li e o/a Sr./a Anónimo/a tb leu.
Mas quem é o/a Sr./a Anónimo/a?
Eu li ontem. Estive vai não vai para pregar um susto no sr. RedScout, mas não fui capaz.
Este sr. Anónimo já teve outra interpelações muito pertinentes. Lembro-me de uma no post dos faxes.
Por acaso (ou não), senti uma ponta de curiosidade e fui mesmo ler o que de si - só posso supor que foi ela - disse a Sra. Sofia (confesso que depois de vários posts lidos, não cheguei a conclusão alguma sobre se me era concedida a honra de assim tratar vossa "palavradora". Posso?)
E devo dizer que senti surpresa..hum, não. baralhação? inveja? não.. (risca ou entende como admiração). Enfim, deixo os rótulos e passo a explicar.
Primeiro, quem assim fala de si causa-me efectivamente grande inveja/admiração. Eu não seria capaz de articular meia dúzia de frases sobre mim. Por outro lado, a surpresa surge quando o texto começa e praticamente termina com a "culpa é dos XXs" (não SIC).
Ao ler, depreendi que a Sra. Sofia gosta de si assim, como é e que tal é mesmo muito bom (o gostar de si, não o que é, porque o que é não julgo). E no entanto, diz que a "culpa" é de algo, ainda que intrínseco, exterior, no sentido de que não pode mudar ou alterar.
Mas sendo assim como é (ouso..multifacetada, como um diamante), porque lhe há-de chamar "culpa"? E se a culpa é de uma característica genética, não estará a assumir um pouco a inevitabilidade do destino? Suponho que tal conviva harmoniosamente com a confiança em seguir e apreciar o caminho...
Talvez a Sra. Sofia não goste de si, assim. E nesse caso, é tão simples ter alguém, perdão, algo que possa ser culpado! Mas se é simples fazer isso, não será essa sua atitude tão contrária ao que diz no seu texto do mundo perfeito?
Preocupam-me realmente (ou não) as mulheres (e homens!)que recorrem a esse artifício para justifcar tudo (ou, pelo menos, muito). Para os dois lados.
Pobres das mulheres que em tempos não sabiam que tinham 2 Xs e nada podiam dizer ou "culpar" pelo que eram! Tinham de ser como eram, aprender e viver com isso. Pobres?? Grandiosas! ... ou pelo menos, forma, até que veio um homem (sim, tenho a certeza que foi um homem) e lhes disse que "isso é porque és mulher!"
Hoje, numa civilização que aprendeu mais (muito mais), diria (esse homem) "isso é porque tens XXs". Mas, quando se aprende, aprende-se mesmo e hoje já são as mulheres, pelos vistos, que vestem o pijama, sentam-se confortavelmente, de pantufas e dizem "não é mais do que uma consequência dos XX que possu[i]o. E [ela] não [tem] tenho culpa." (SIC)
e sim.. sei que estou a picar a "onça" com vara curta...
mas aguardo com impaciência que se faça luz:)
Sr. Anónimo
Poderei explicar cabalmente as dúvidas do cavalheiro. Mas ante a iminência do estonteamento do discurso passível de ser produzido, dê-me algum tempo para que o possa pensar, saborear e por fim colocá-lo aqui.
Até já.
"be my guest", disse a aranha à mosca.
Antes de mais, desculpem (especialmente para ti, Sofia) por o meu comentário ter originado esta discussão.
Em segundo lugar (e esta é para ti, Anónimo), quem raio és tu?
(...eu sabia que iam perguntar...mas essa é uma questão metafísica, que não cabe provavelmente no conteúdo programático das "cadeiras" deste mestrado)Oh! Sr. RedScout, eu não sou um raio, sou um diâmetro...
duas vezes pior!:)
e agora, até amanhã.
( uma das minhas resoluções de ano novo: não mais de três posts por dia, ou isto torna-se um vício....)
RedScout: a gente tem que ter muito cuidado antes de meter alguma coisa neste blog. Nunca se sabe o que é que vai dar. Ainda vamos provocar alguma guerra com um post sobre amendoins...
Hmmm...
Já tenho a minha lista de suspeitos... Z@, não dá para ver o IP do pessoal?
Não, por favor. Estou com um pouco mais de trabalho hoje pelo que só terei o texto pronto ao fim da tarde. Também tenho suspeitas.
Mas queria reflectir sobre elas primeiro.
Se descobrirem não digam.
Não tem que pedir desculpa, sr. RedScout. Este foi um comentário com um discurso muito entusiasmante.
Estou com uma hora de sono, tive um dia de cão, comecei há pouco a escrever, entusiasmo e tal, foi no que deu. Deve estar cheio de erros, dei-lhe uma vista de olhos na diagonal, a ver se as tags ficam bem. Não consigo ler outra vez, nem para tentar aferir se faz sentido e se diz o que quero realmente dizer, está enorme, tem uma parte demasiado séria e vou levar uma rabecada por causa disso, mas aceitá-la-ei.
Antes de mais preciso referir que o discurso do comentário "Por acaso (ou não), senti uma ponta de curiosidade" do sr. Anonymous (vou tratá-lo por sr. embora deixe em aberto qualquer outra possibilidade, mesmo a de ser uma mulher. Quanto a si, trate-me como preferir. Eu deixo:)) me fez rememorar um discurso, que tive há pouco tempo ensejo de assistir, de uma pessoa, em contexto de conversa de café, que, posso dizer, conheço pouco. Um amigo de um amigo. Na altura, o tema era a racionalização daquilo que alguns insistem em garantir que existe e a que chamam amor. As conclusões desse discurso foram transcritas aqui, nesta outra casa. Devo dizer que esse foi um dos discursos mais irritantes que me foi dado a perceber. Tenho de fazer uma ressalva ao verbo 'irritar'. Uso-o, neste contexto, com um sentido positivo. Se um discurso me irrita, no sentido que acabei de referir, significa que, embora não concordando com alguns pontos, admito a coerência (ou não) da argumentação, que admiro, significa que o discurso interage comigo, não me é indiferente, obriga-me a racionalizar, dá-me luta e como consequência retiro prazer da discussão (sem sentido pejorativo).
O comentário "(...eu sabia que iam perguntar...mas essa é uma questão metafísica,(...)", também do sr. Anonymous, lembra-me o discurso de uma outra pessoa, que apesar de conhecer melhor, também não consigo colocar em nenhuma categoria. Das pessoas que conheço, apenas uma destas duas seria capaz de um discurso deste tipo.
O sr. Anonymous vai, com certeza, perdoar-me o alongar desta introdução, já que, se leu alguns dos meus posts e comentários, ter-se-á dado conta dos choques traumatizantes que tenho recebido ultimamente e que se materializam em expressões que me são atiradas como "eu já te vi e tu já me viste" ou "eu conheço-te" ou ainda "tu conheces-me". Embora a minha curiosidade, consequência certa dos X's que possuo, esteja quase no seu limite, confesso o receio da possibilidade, ainda que remota, de levar com mais um "eu conheço-te".
Passarei a expor os argumentos que, espero, possam esclarecer as dúvidas existentes.
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"a Sra. Sofia gosta de si assim, como é" e (acrescento eu) com os dois XX e tudo.
Poderia dizer-lhe, se me permite, que é mesmo muito bom ser mulher, com todas as indiossincrasias que isso implica, por cada dia que vou vivendo descubro novas competências, capacidades, que me parecem próprias das mulheres. Ser mulher é fantástico. Por esta razão, nunca poderia tecer elogios directos às mulheres, faço-o aqui, excepcionalmente, para me fazer compreender. Tudo aquilo que eu pudesse dizer, tornar-se-ia muito pouco aquando da sua transposição para o discurso verbal. É por isso que recorro à ironia.
A ironia e a racionalização que me obrigo a fazer é uma forma que encontrei para lidar com um (aparente) paradoxo.
Se fizermos um exercício de racionalização podemos pensar que há uma série de características femininas que parecem negativas.
Vamos fazer um exercício. Vamos racionalizar isto ao máximo.
Exemplo:
Às vezes (felizmente é só às vezes) maquilho-me (não estou a falar de um creme ou uma base protectora, estou a falar mesmo de maquilhagem, eyeleiner, lápis, sombra, batôn, blush, etc) e dou por mim em frente ao espelho a pensar, por exemplo, melhor uma sombra rosa ou uma sombra branca?
Racionalizemos agora:
Há gente a morrer de fome no mundo e eu estou em frente a um espelho a perguntar-me se é melhor colocar uma sombra branca ou uma sombra rosa!!
Isto é execrável!
Porque fiz isto?
Isto faz de mim uma pessoa má? Às vezes gosto de me maquilhar. A parte racional de mim acha isto uma futilidade, mas a verdade é que às vezes apetece-me, não sei porque me apetece, mas às vezes apetece. Então, em vez de fingir que não gosto, admito-o. Mas tenho consciência de que é algo supérfluo e a minha forma de o dizer é colocar a 'culpa' nos XX. Qualquer coisa como "parvoíces de mulher", o que é que se há-de fazer? Brinco com isso. Racionalizo.
Há uma imagem geral, com todos os perigos das generalidades, das mulheres como pessoas que ralham muito, falam pelos cotovelos, lembram-se de promenores que aconteceram há 3000 anos atrás, e se têm razão são capazes de massacrar o outro durante meses, são lamechas, abusam das palavras terminadas em -inho, choram facilmente, e são capazes das coisas mais incríveis (porque são seres fantásticos, lembra-se lá de cima?), de uma situação que um homem interpreta de forma simples e clara, elas buscam o porquê, analisam, pensam e repensam até à exaustão, interpretam aquilo de todas as maneiras possíveis e imagináveis, que não lembrariam ao diabo. E é tão difícil calá-las!!!
As mulheres, umas mais outras menos, são assim. Porquê? Não sei. Mas são e isso não me parece mau nem bom. Não faço juízos de valor. São assim e pronto.
"As mulheres são terríveis, ninguém as aguenta" - em vez de repetir que não, que não, é simples: digo "que sim, claro sim, só eu é que sei o que me custa aguentar-me" (às vezes custa mesmo) e exagero mais, se dizem que as mulheres são xpto eu digo que são xpto*xpto. Quando a pessoa (normalmente homem) está à minha frente, tem uma tendência de afrouxar na crítica e muitas vezes fica a olhar para mim com um ar desorientado e pensativo. É este ar desorientado e pensativo que acho importante despertar.
E estou à vontade para dizer mal das mulheres porque sou uma, gosto muito de o ser, sei do que elas são capazes, e admiro este género profundamente. Posso brincar com estas coisas porque sei que na verdade as mulheres são pessoas. Não são estereótipos.
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O sr. Anonymous está a ver? O que está entre o tracejado foi uma 'fraqueza' minha, própria de mulher, de quem tem dois XX :)
Segue a resposta 'oficial' e merecida ao seu comentário:
Meu caro sr. Anonymous
Fica admirado quando justifico algumas das minhas reacções com os dois X's que possuo?
Antes demais, deixe-me dizer-lhe que me considero uma pessoa coerente, objectiva, racional, inteligente e séria. Tenho uma reputação de "duro" a defender. Sou uma pessoa de armas. A mim, ninguém me cala. E acredito na "self-made person".
O cavalheiro acredita que uma pessoa com tais características poderia "ralhar"? Poderia "não ter objectivos na vida"? Poderia ficar "imóvel" ao som de uma simples musiquita qualquer?
Considera que quando digo que a culpa é dos meus dois X's estou a usar um "artifício" para justificar algo que é da minha (eu, enquanto ser-pensante) inteira responsabilidade?
Ó meu caro sr. Anonymous, eu disse, e escrevi preto no branco, sob a influência dos meus dois X's, certamente que "que as árvores são verdes para rimarem com o castanho-mel do céu". Que tenta dizer? Que a culpa não é dos meus dois X's? De quem é a responsabilidade? Minha? Devo depreender que tenta insinuar que sou louca? Sim, porque o cavalheiro já atentou bem na cor do céu? Parece-lhe castanho? Por favor, sr.Anonymous, por favor...
Se admito que tenho estas reacções, atitudes, elas devem ter uma razão, "intrínseca, mas exterior", uma razão que não posso mudar. Ou acha que me agrada passar por uma pessoa que fica "admirada por ver uma planta nascer"? Meu caro, o que não falta para aí são plantas a nascer, não é nada do outro mundo! Parece-lhe que eu gostaria de passar por tolinha?
Subscrevo-me atenciosamente (até ver),
Sofia Bento
Aparte 1 - Credo! De repente tive a sensação deste comentário despoletador poder ter sido escrito por uma mulher e a quem eu poderia até dar um nome!
Aparte 2 - Esta expressão faz-me lembrar um refrão de uma música dos Joy Division que faz cócegas nos ouvidos: "This is the way, step inside/This is the way, step inside"
Esqueci-me de colocar a expressaõ no aparte 2 - ""be my guest", disse a aranha à mosca."
Apenas porque, mau grado meu, sei o que é estar à espera, com ansiedade, de uma resposta ao que escrevemos (em particular quando assim escrito de ímpeto..), quebro a minha regra dos 3 posts/dia para deixar aqui claro e desde já afiançar, por minha honra, que NÃO CONHEÇO (em nenhum sentido, metafórico ou metafísico) a Sra. Sofia Bento.
Leio-lhe os escritos nesta casa e que eu saiba em mais nenhum outro lado (apesar de me parecer ter percebido que é jornalista).
Não a "peguei de jeito", mas o post do mundo perfeito fez-me pensar e ele foi o click que me fez responder.
Confesso que ainda não li o seu post completo. Era um pouco longo (e não digo isso com censura, mas com carinho). Esperava-o :)
Queria só sossegá-la. Vou ler com atenção. Porque o merece. E logo volto.
p.s.: só um áparte... quanto ao anonymous... gosto de ser assim. Se calhar, nem todos os posts deste blog assim assinados são da minha autoria, mas gosto de pensar que cada um ajuda à personagem que aqui hoje nasceu. O resto de quem sou, está criado na cabeça de cada um de vós, que me lê.
É só isso a "questão metafísica" e nada mais.
Volto ao seu post, Sra. Sofia.
Boa noite e bons sonhos. :)
Eu não me queria meter nesta discussão, mas vou apenas deixar alguns pensamentos:
Sr.Anónimo, se realmente é um Sr., aconselho-o vivamente a não entrar na discussão da especificidade da mulher (e logo com esta!). Está, em muitos aspectos, fora do nosso alcance como homens de compreender esse X a mais. Tentar debater esse assunto é como um bacalhau sair da água lutar com uma vaca: perde porque está completamente fora do seu ambiente. A Sra.Sofia está a querer levar o Sr.Anónimo para o território dela. Nesta guerra, a única arma parece ser o cromossoma X, pelo que ela tem o dobro da capacidade bélica... Faça como o resto dos homens e diga apenas aquilo que poderá fazer com que elas se calem mais depressa.
Não gosto que se apresente neste blog como Anónimo. Precisamos de associar os comentários a uma coisa qualquer. Dê-nos o pseudónimo, o alter-ego, o avatar que quiser, mas dê! Temos que saber a quem bater, ou de quem estamos a levar.
Sr. TRAlves,
nunca lhe passou pela ideia que se calhar não se trata de um X a mais, mas simplesmente do Y que perdeu uma perna?
(...pausa para a informação entrar...)...e nesse caso a diferença não é assim tão grande, pois não? ;)
E (a ver se percebi...) como meia perdida no secador da roupa, o seu argumento acabou por encontrar o seu par no da Sra. Sofia? Ela diz que a culpa é dos XXs para os (aos homens) calar (algures entre admirados e pensativos) e o sr. diz-lhes (às mulheres) o que elas querem ouvir, para as calar.
Acho melhor voltar ao post... Sinto que o não compreendi plenamente e merece um comentário composto.
p.s.: se não gosta, coma menos! o meu avatar será anonymous (até ver... ou não...)
Ora, como vou responder a isto?
Por partes!:) ou às postas, como a pescada, que antes de o ser já o era.. um pouco como esta discussão, que antes de o ser, logo foi fisgada e tornada discussão "sobre a especificidade da mulher".
Prmeiro, ainda bem que a Sra. sofia gosta de si, assim, como é (e isso tem de incluir os 2 XX, com esteriótipos, paradoxos, idiossincrasias...Mas agora, pergunto.. é porque é mulher ou é porque é humana que tem esses "calores"?
Vou ignorar quase todo o seu post, primeiro porque não era minha intenção começar uma conversa (discussão, no bom sentido) séria e segundo, por causa do muito que discordo de tanto do que disse entre tracejados.
Porque racionalizou? para contrariar os esteriótipos de que só os homens racionalizam e as mulheres sentem? porque acredita piamente que é assim que chega a verdades? porque a ajuda?
enfim, não vejo grande diferença de futilidade entre discutir se a sombra é branca ou rosa..ou continuar com o trabalhinho, a rotina, do acorda-emprego/trabalho/escola-casa-televisão-cama, do dia a dia, quando ainda há tanto para fazer no mundo.:( ainda há fome, morre-se de sede e de água a mais, morre-se de doença e de excessos... É fútil escolher a sombra? apetece-lhe maquilhar-se? que se lixe! faça-o! Digo-lhe, não precisa "justificar-se" ou "desculpar-se" com isso de serem coisas de mulheres. Todos nós e cada um, precisa dos seus escudos (era bom que nos habituássemos aos euros:)), as suas vestes, para viver (diria que tem algo a ver com o pecado original, mas não aguentaria outra discussão com o Sr. TRAlves).
É bom que cada dia descubra novas competências, mas isso não é só para si, que é mulher. É para todos. Não seja arrogante ao pensar que as mulheres são seres excepcionais. Há-os em todo o lado. Mulheres terríveis e homens excepcionais.
Se lhe posso dar um conselho, mantenha a ironia, mas em tudo. Como secura da vida (não a água da vida, porque este é um poço/blog seco). E não apenas para contrariar "bocas" sobre mulheres e as suas características "aparentemente negativas".
Enfim, deixemos isto. o importante que retenho do seu post é:
Posso brincar com estas coisas porque sei que na verdade as mulheres são pessoas. Não são estereótipos.
Acho que isto precisava mesmo ser dito. ;)
E o seguinte tb:
Posso brincar com estas coisas porque sei que na verdade os homens são pessoas. Não são estereótipos.
e dito assim, então é que percebo mesmo porque havemos de dizer isto!
Finalmente, o comentário ao post oficial.. tb não podia discordar mais:)
"um duro" tem mesmo de ralhar e um ser/"pessoa coerente, objectiva, racional, inteligente e séria" (SIC) ainda mais!!
Quanto ao resto é que já não sei... O céu é castanho-mel por vezes. Depende de como se olha, da estação do ano, se se olha directamente ou através de alguma lente... E o que é certo é que mesmo quando as árvores não são verdes, rimam sempre bem com o céu! seja ele de que cor for.
Assim, cara Sra. Sofia Bento, assuma plenamente a sua responsabilidade, seja louca à sua vontade (a loucura é a fronteira que nos faz criar - conhece a expressão "a louca da casa"? tb é um livro que recomendo).
"admirada por ver uma planta nascer"? Meu caro, o que não falta para aí são plantas a nascer, não é nada do outro mundo! Não é assim em todo o mundo, há muitos sítios onde não nascem plantas, nem flores e noutros onde nascem, mas ninguém parece ter tempo de olhar. E se não se olha e não se vê, aconteceu?
Por isso, maravilhe-se sempre e de cada vez e será tudo menos tolinha. Tolinha está a ser agora.. ou estava, quando escreveu :)
Que pena tenho de não saber fazer piadas, de preferência secas, porque era com uma que queria terminar este (já-vai-longo) post!
p.s.: isto já esgotou a minha quota por todo o fim de semana! e com tanto que ainda tenho por fazer hoje!
Tudo tem o seu tempo, sr. TRAlves. Se o sr./a Anonym (poderei permitir-me esta intimidade?) decidir apresentar-se terá com certeza oportunidade para o fazer. O que me angustia mais é a forma de tratamento. Poderei continuar com o sr. e cavalheiro ou será melhor tentar uma forma mais neutra (não gosto nada desta palavra: neutralidade)?
Confesso que cada vez que leio um comentário da pessoa Anonym (isto da pessoa Anonym não me soa nada bem, sugestões?) experimento um sentimento de simpatia-irritabilidade.
Esta pessoa afiança-me que não pretendia começar uma conversa séria, mas depois agarra no meu discurso do comentário'oficial' - e eu que sublinhei tanto que era 'oficial' (acho que devia ter explicitado melhor o que significa ser oficial, depois de lerem a biografia, quem é que vai levar a sério o comentário'oficial'?) - e faz a sua desconstrução arrastando-o para a realidade! Isso não se faz! Sniff...
Apesar deste discurso me parecer familiar, confirmo agora que posso ficar descansada quanto a um possível "eu já te vi". E isto tem a ver com a futilidade da sombra e do trabalhinho.
A sombra tem a ver com a nossa vaidade, que não faz de nós pessoas más, mas que eu considero fútil. No máximo, a sombra fará a pessoa que a usa sentir-se bem com ela própria (o que quer que isto signifique). Duvido que a decisão entre o rosa ou o branco possa provocar (ou não) bem-estar nos outros. O que não acontece propriamente com o trabalhinho.
O trabalhinho, o emprego não me parece fútil, por si só, como a sombra. Talvez o trabalhinho-casa-emprego tenha sido referido aqui como o "discurso pseudo-intelectual da vidinha". E entramos nas valorações.
Não reconheço qualquer tipo de autoridade à pessoa Anonym, nem a qualquer outra diga-se de passagem, para aferir da dignidade ou importância da vidinha por mais inha que seja de qualquer pessoa. Nem me parece ser possível inferir que uma pessoa que tem uma vidinha casa-emprego-casa não pertença aos que se espantam, indignam e observam algo que a outros possa passar despercebido. Não vão resolver o problema da fome no mundo? Pois não, não vão...mas também não os vamos culpar disso, pois não?
Lamento, mas não vou seguir os seus conselhos.
Se quando tomar alguma acção precisar ou não de a justificar, fá-lo-ei ou não. Não faço disto um cavalo de batalha. A justificação através dos dois X's é muito específica dos meios onde é utilizada e normalmente (o que quer que isto signifique) serve. Não deixa de ser uma expressão engraçada porque é utilizada nesse contexto.
Admito que possa não me ter explicado bem. É sobre a arrogância. Aproveito para pedir desculpa aos homens desta casa, esqueci-me que nestas coisas não se pode dizer que uma mulher é azul, que não se infira logo daí que o homem não é azul!
O facto de dizer que é fantástico ser mulher não significa que eu considero que não é fantástico ser homem. Para lhe dizer a verdade, não sei se é ou não e duvido que venha a saber.
Relativamente à descoberta de competências e capacidades, acredito que elas sejam diferentes de homem para mulher. Mais uma vez não tenho dados suficientes para falar das dos homens. E nem tenho de, afinal não estou a fazer uma comparação, estou apenas a falar das mulheres.
As mulheres são seres exepcionais, sem qualquer dúvida. Os seres humanos são sempre exepcionais. E isto não tem nada de arrogante porquanto nunca utilizei esta característica por contraponto ao homem, aliás, não seria elegante. A única coisa que disse/insinuei em relação aos homens foi que eles se queixam que "as mulheres são terríveis, não se aguentam". Mas um homem não é terrível nem mau por achar que as mulheres são terríveis.
Devo dizer que o comentário da pessoa Anonym abalou a minha imagem de "um duro". De repente, guiada pelas palavras tentei imaginar "um duro" a "ralhar" como se fosse uma mulher (porque foi neste sentido que apliquei o "ralhar"). Digo-vos não é uma imagem bonita.
O meu único receio nisto tudo é que a pessoa Anonym seja uma mulher e tenha entendido isto dos XX como uma justificação de qualquer coisa séria.
Agora vou me meter com a pessoa Anonym. :)
Lembram-se lá em cima do Boa noite e bons sonhos? E deste último "ps - (..)e com tanto que ainda tenho por fazer hoje!"? Pois digo-vos que a pessoa Anonym é mulher. Ah pois estas frases são específicas de pessoas com dois X's no corpo, garanto-vos! Já para não falar na argumentação e graciosidade da estrutura dos textos. (Estou a brincar, pessoa Anonym, :))
"A Louca da Casa" de Rosa Montero? Ela diz que se não escrevesse estaria louca.
Desculpem, mas não resisto, não conhecia, li isto meio na diagonal, mas vale a pena espreitar:
Rosa Montero
Só tenho uma coisa a acrescentar: Acho que temos de limitar o número de caracteres por comentário... :)
Uma pessoa chega aqui com a pica toda e cansa-se logo só a ler estes comentários. Força Sofia, dá-lhe!
Sr. TRAlves,
fiquyei a pensar que algo no seu comentário não estava bem e já descobri o que era:
"Está, em muitos aspectos, fora do nosso alcance como homens de compreender esse X a mais. "
Não é um X a mais porque nesse caso seria XXY, que se não me engano, é traduzido no síndroma de Kleinfelter e cujos indivíduos sofrem de esterilidade e retardação mental.
É óbvio que eu não me estava a referir a qualquer a esse tipo de anomalia.... Em todo o caso, obrigado pela brevidade quase ipseloniana com que esclareceu isso.
PS: Peço desculpa por esta palavra que acabei de inventar. Na minha opinião, inventar palavras é o dia-a-dia do humorísta que faz crónicas (o chamado humorista crónico).
Invente, invente, mas explique o que significa...
ipseloniana: adj., de ou que se refere a portadores do cromossoma Y, seja, do género masculino.
Ex: O TRAlves vai instalar um urinol em casa. Que atitude tão ipseloniana!
(ok, esta palavra não foi muito bem conseguida...)
PS: Quero dizer que o facto de a Sra.Sofia estar a escrever tanto não me incomoda nada. Antes pelo contrário. Gosto tanto dos seus comentários que até estou a pensar em realmente ouvir quando uma mulher se põe a falar para mim.
Posto isto, um pouco a despropósito já, depois da "secura" que já passou por estas páginas depois do post da Sra. Sofia, mas apenas duas coisas:
uma, que tenho pena que não tenha notado, é que eu (de propósito) tomei como oficial o que tinha entre tracejados, porque me parecia mais no âmbito deste blog (leia-se disparatado, mas no bom sentido), enquanto que o que disse como oficial, me pareceu muito mais acertado, daí levei-o a sério. Não o procurei arrasar, mas antes mostrar que, pelo menos para mim, o 2º "bloco de caracteres" fazia-me mais sentido.. Porquê? explicar fica para outro dia (ou não...).
Segundo e muito brevemente, para que não restem dúvidas, o que queria eu dizer. Ter-se-ia a Sra. Sofia indignado menos se em vez de vida cama-trabalho-casa-casa, algures pelo meio TV, tivesse mencionado uma vida de aventura? Algo como desportos radicais todos os dias? Temo que perdeu o ponto, a linha e a agulha tudo de uma só vez (ou toquei um nervo demasiado sensível, que lhe impediu de ler com a calma necessária?).
Podemos discutir níveis de futilidade (ou não, pois ainda temos mais alguma coisa ao estilo da economia do "ego". Livra!), mas quando põe num outro prato "fome no mundo, doença...", qualquer coisa que seja "normal" (a vida de cada um, com maior ou menor rotina, com maior ou menor empenho para com os outros ou para si, com mais actos para agradar a cada um ou a muitos, etc), a vida/vidinha, enfim!, a mim causa tanto que pensar, como o acto de escolha de uma simples sombra.
O ponto, minha cara, é que nada disso verdadeiramente interessa, porque a sombra que usa faz parte da sua vida. E não a torna má (ou boa), por si só. Da mesma forma que o emprego/trabalho ou qq outra actividade radical (até escrever neste blog, que tem um claro intuito maléfico de "controlar o mundo") que lhe ocupe os dias tb não é relevante se do outro lado coloca os outros tais valores. Suponho que é por isso que há religiões, fés e crenças.
Se quiser, podemos discutir (ou não) o quão fútil é a sonda europeia que em 1997 saiu da terra e entrou hoje em Titã....Deixo a outros, melhores que eu, que façam as piadas:)
Finalmente, agradeço o elogio aos meus posts. Vou tomar como elogio ter achado que sou mulher, no entanto, pela lógica, como acho (e repare que é uma opinião minha, não quer dizer que sejam) os seus posts pouco estruturados, devia depreender que não é mulher? :)Oh Sra. Sofia! tem-nos enganado a todos?
Boa noite e bons sonhos ;)
Anonym (gostei...)
p.s.: acho mesmo que alguns de nós (eue eue) nos deviamos esforçar para seguir o que diz o Sr. RedScout. eu prometo passar a ser mais breve...
Acabei de perceber que isto é tudo um pretexto para eu levar do meu próprio remédio.
Nota aos leitores: Acho que vão perceber isto de forma errada ou não perceber. Eu não vou explicar, mas queria dizer que não tem nada a ver com vingança ou algo do género)
Ao sr. Anonym agradeço ter excedido a quota do fim-de-semana e irei guardar e ler o seu comentário, com atenção, mais tarde.
Uma noite descansada, sr. Anonym
Espero que não imprima nada disto (para ler no fim de semana) e leve antes algo de Rosa Montero.
Fico contente por a ter levado pela mão (arrastada..não foi muito voluntário da sua parte, pois não?) até ela.
(...esta é que deve ser mesmo de mulher! Recomendar um livro!)
e nenhum dos homens desta casa se insurgiu pelo seu comentário (meter-se comigo? porque os meus posts não são desleixados? o os outros?)
e esqueci! Parabéns Sr. TRAlves, ipseliano está muito bem apanhado!
Para outro dia, esclarecer o que estava na perna do x que se se perdeu e também num outro dia, a verdadeira razão do meu primeiro post (sim, porque a há!):)
Durma(m) bem.
Anonym
Antes de o dar, já pensava seguir o seu conselho. Saí de casa para confirmar a minha rotina de sábado e ler o Farol da Imprensa Ocidental e saí cheia de boas intenções: de passar na biblioteca e trazer pelo menos dois títulos que me permitissem descobrir a escrita literária desta jornalista do Farol da Imprensa de Nuestros Hermanos. Mas qual não é o meu espanto quando dou com a sua Montero entre o meu Molina! Fui fraca. Trouxe apenas um dos dois que tinha pensado trazer. Também fiquei surpreendida por não conhecer, estava ali mesmo no meio e ao lado. Depois pensei, "foi a capa", as cores fluorescentes provocam-me arrepios no que se refere a livros. A ver vamos, pessoa Anonym.
Levou-me mesmo pela mão e não foi preciso arrastar-me (nestes casos nunca é), se valer mesmo a pena logo, logo largo-lha e continuarei sozinha.
Também cheguei à conclusão que não interpreto convenientemente as suas palavras, não percebo o que diz, talvez porque às vezes parece defender algo e outras, parece defender o seu contrário.
"Nenhum dos homens desta casa" se insurgiu pelo meu comentário porque leram o meu comentário com atenção.
Avisei antes e depois que estava a brincar consigo, invoquei argumentos ridículos para aferir do seu género, já que anteriormente se tinha recusado a dizê-lo, apontei-lhe dois X, que anteriormente tinha criticado como forma de justificação. Estava a brincar consigo.
NUNCA DISSE QUE OS SEUS COMENTÁRIOS NÃO ERAM DESLEIXADOS. E NUNCA DISSE NADA RELATIVAMENTE AOS COMENTÁRIOS E POSTS DOS MORADORES/VISITANTES DESTA CASA.
Aliás, há pouco tempo fiz um elogio subentendido, subtil, tão subtil que provavelmente o morador em causa nem notou (mas tinha de ser assim tendo em conta quem era).
TAMBÉM NUNCA DISSE QUE OS SEUS COMENTÁRIOS ERAM MUITO ESTRUTURADOS (tenho dúvidas nesta frase, penso que será mais correcto "bem/mal estruturados") DISSE QUE ERAM GRACIOSAMENTE ESTRUTURADOS. HÁ TEXTOS MAL ESTRUTURADOS QUE NÃO DEIXAM POR ISSO DE TER A SUA GRAÇA, pessoa Anonym.
Não perdi o ponto, nem a linha, nem a agulha, é meramente uma opinião, com a qual a pessoa Anonym pode concordar ou não.
O seu comentário indigna-me de duas formas:
1. a junção do diminutivo de trabalho e a palavra rotina, característica de um discurso pseudo-intelectual, traduzido no desprezo por aquilo a que chamam vidinha, expressão que me começa a ser verdadeiramente insuportável.
2. A assumpção de, perante o problema da fome no mundo, a pessoa Anonym considerar que a vida das outras pessoas, quer tenham uma rotina ou vivam aventuras, se minimiza à importância de uma sombra!
POR MUITO GRAVE QUE O PROBLEMA DA FOME NO MUNDO, OU QUALQUER OUTRO, SEJA, ISSO NÃO FAZ COM QUE A VIDA DAS OUTRAS PESSOAS, QUER TENHAM UMA ROTINA, QUER VIVAM AVENTURAS, QUER SEJAM RICAS, QUER SEJAM POBRES, NÃO FAZ COM QUE A VIDA DAS OUTRAS PESSOAS, DIZIA EU, SEJA FÚTIL E SEM IMPORTÂNCIA.
Mas isto, repare pessoa Anonym, é meramente uma opinião.
Relativamente ao Y (agora diz X, em que ficamos?) que perdeu a perna, o meu cérebro na altura registou uma incongruência no discurso pelo que nem deu qualquer importância à frase: é que se o Y perder a perna fica um v. Mas também admito aqui que possa ser eu a interpretar de forma incorrecta.
Last but not least,
irei deixar de ter este tipo de discussão com a pessoa Anonym. A verdade é cada dia que passa gosto mais de morar aqui. Mas estas discussão ultrapassam o âmbito deste mestrado e não estou com vontadinha nenhuma de um dia chegar aqui e encontrar as malas à porta.
Mas para que não diga que estou a fugir, se quiser levar a discussão para outro lado, avise.
Desculpe, mas perdeu o ponto, a linha e a agulha, sim.
Nunca disse que a vida de quem quer que seja era fútil! Muito pelo contrário. O que advogo é que a escolha de uma sombra em vez de outra, faz parte da sua vida, como tantas outras coisas, eventualmente, diferentemente valorizadas, fazem parte da vida de cada um.
E é essa riqueza o caminho, o percurso, a VIDA que é o que mais importa. O problema da fome no mundo e a doença, para mim só é problema porque TIRA A VIDA A TANTOS!! Vidas que não são fúteis! Curtas, curtissimas por vezes, mas nunca fúteis! é a única coisa que temos! É por isso que posso olhar o céu e dizer que é castanho-mel. Porque tenho vida.
Lamento.. lamento sinceramente, que uma simples palavra - "trabalhinho" -, que me escapou (ainda que nunca a tenha usado no sentido que a leu) lhe tenha despoletado tal irritabilidade. Penso que é um problema em que voltamos aos esterótipos (chamou já duas vezes o meu discurso de "pseudo-intelectual" fica satisfeita porque acha que o catalogou e assim o percebe? recordo ainda que na sua primeira resposta, tentou logo encaixar o meu discurso em um de dois que já conhecia).
Mas também não quero nem desejo esta discussão. Não cabe neste espaço. Também não cabe em nenhum outro (devo dizer-lhe que não apreciei o "tom" rufião com que me desafiou a ir lá fora! Até a vi de mangas arregaçadas, como qualquer "duro").
Aprecie Rosa Montero e não se deixe perturbar pelo tom rosa da capa. Receio (não não receio, entristece-me pensar)que por vezes se auto-impeça de usufruir de tanto porque teima em colocar rótulos e colocar as coisas em gavetas, como se uma coisa só pudesse ser uma coisa e não ter muitas facetas.
deve ser por isso que por vezes é tão difícil "engavetar" as piadas secas que aqui surgem nos seus "lugares" .. porque a piada emancipa o pensamentoAinda bem que gosta da casa. Eu também.
e aqui termino.
desejo-lhe tudo de bom. adeus.
Anonym
Parece-me que devo um pedido de desculpas à pessoa Anonym, já que lhe sinto alguma mágoa.
Interpretei as suas palavras:
"enfim, não vejo grande diferença de futilidade entre discutir se a sombra é branca ou rosa..ou continuar com o trabalhinho, a rotina, do acorda-emprego/trabalho/escola-casa-televisão-cama, do dia a dia"
como uma minimização da vida de uma pessoa, como uma redução de importância da vida de uma pessoa à mera escolha de uma sombra. Para mim são coisas com uma importância muito, muito diferente, independentemente de existir o problema da fome no mundo ou não. E percebo agora que para si também.
A pessoa Anonym irá certamente perdoar-me porque se ler com atenção as suas palavras dar-se-á conta de que podem (também) ser interpretadas tal como as interpretei.
Nenhuma palavra é uma simples palavra aqui. Porque de si conheço apenas a escrita. Por isso, não só ganha importância o que diz, mas principalmente a forma como o diz.
Magoa-me que um conjunto de caracteres neste ecrã pense (ache, considere, saiba) que me auto-impeço de usufruir de tanto, já que de mim esse conjunto de caracteres também só conhece a escrita, e as mais das vezes irónica, desta casa.
Simpatizo consigo. Já lho havia dito. Não fique a pensar que termino a discussão porque não a queira ou não a deseje. Vejo as discussões como exercícios de raciocínio que me ajudam a perceber outros pontos de vista e a perceber os meus. Não me zango facilmente (apesar de às vezes parecer que sim).
Como sabe, há outros moradores nesta casa, alguns dos quais já manifestaram a sua tristeza por lhes parecer que o objectivo inicial deste mestrado se começa a gorar. Não queria ser a causa de tal sentimento e foi por isso, exclusivamente por isso, que sugeri o término desta discussão. Desta vez, não empreguei qualquer tom de "rufião" ou "duro". É que gosto mesmo muito de falar consigo, pessoa Anonym, embora por vezes sinta alguma irritabilidade, ou talvez, mesmo por causa disso.
Um abraço,
Sofia Bento.
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