Olá, finalmente aquele RGIL que aparece na lista de membros deste já lendário blog Mestrado em Piadas Secas lembrou-se de fazer um post. Apesar de não existir desculpa para este comportamento tão irresponsável, insolente e mesmo inconsequente, nasce de uma infindável preguiça que tenho por escrever qualquer coisa que não sejam umas linhas de código. Resta-me a atenuante de ter sido um leitor atento e muitas vezes crítico perante o Mestre Zarroba (essa criatura desprezível com quem trabalho).
Mas este tempo acabou, por isso aqui estou a penitenciar-me e a prendar-vos com o meu português arcaico. Assim, vou partilhar como os meus colegas blosequistas e leitores, algo que tem ocupado muito dos meus pensamentos nos últimos tempo.
Algumas das expressões que utilizamos no dia a dia para nos despedirmos das pessoas podem tornar-nos uns mentirosos compulsivos. Passo a explicar, quando nos vamos deitar temos habito dizer “até amanhã”. Esta afirmação pode ser irónica em diversos casos. Vejamos os seguintes exemplos: ao cruzar-mo-nos com alguém a quem já nos despedimos com a referida expressão no percurso para um aliviar das águas antes da meia noite; despedir-mo-nos depois da meia noite; despedir-mo-nos desta maneira e depois não virmos essa pessoa no dia seguinte; e apesar de não estar a ver mais nenhuma, elas existem; etc. (fica sempre bem).
Mas este expressão não é um caso isolado padecendo do mesmo problema expressões como: “Até longo”, “Até já” (a célebre: “Oh querida vou só ali comprar um maço de tabaco. Até já...”) , “Até daqui a um bocado”, etc.
Por isso e para que não vivamos numa sociedade de mentira e falsidade apresento uma solução para este problema. A utilização da seguinte expressão de despedida: “Até daqui a um certo e determinado período de tempo indeterminado”.
Assim me despeço a até daqui a um certo e determinado período de tempo indeterminado.
15 comentários:
O problema que levantas é bastante pertinente, mas não concordo com a tua solução. A minha solução é assumir definitivamente que o período de tempo utilizado é uma mera previsão e incluir uma estimativa mais precisa, bem como os pressupostos principais da previsão, e dizer "Até daqui a 7 horas e 13 minutos, se não tiver uma insónia", "Até daqui a uma hora e 13 minutos se não apanhar trânsito", "Até daqui a hora e 42 minutos e meio, considerando 3 sinais vermelhos", etc.
Dito isto, até daqui a 31 horas, 12 minutos e 34 segundos.
Foi um bom texto, Sr.RGIL. Devo dizer que é um problema muito sério, e que merece muita da nossa atenção.
Eu normalmente digo "até à próxima", o que seria desnecessário, já esta expressão não acrescenta nenhuma informação acerca do período de tempo em até essa próxima, nem acerca do meu do meu anseio pelo encontro seguinte.
No entanto não concordo muito com a proposta do Sr.RGIL, já que está a caracterizar o período de tempo como "determinado" e "indeterminado", sendo estes adjectivos antagónicos (a minha mente binária obriga-me a categorizar esta expressão como uma antagonia). "Certo e determinado" é suficiente para dizer que é "incerto e indeterminado".
Até daqui a um certo e determinado período de tempo.
Sr. TRAlves, eu pensei um bocado no assunto e cheguei a uma possível explicação: o determinado aplica-se ao período e o indeterminado ao tempo. Assim, trata-se de um certo e determinado período, período este que é de tempo indeterminado.
Até daqui a 6 minutos e 31 segundos.
Não concordo contigo nesta tua sugestão, mas aceito-a parcialmente como uma explicação possível.
Quanto à tua forma de despedida, devo dizer que nem preciso argumentar... os factos falam por si mesmos:
31/1/2005-
RJT said...
(...)
Dito isto, até daqui a 31 horas, 12 minutos e 34 segundos.
2:20 PM31/1/2005-
RJT said...
(...)
Até daqui a 6 minutos e 31 segundos.
2:47 PM
A tua previsão falhou logo à primeira em 30 horas e 45 minutos.
A primeira previsão não a disse para ti, e como ainda não falei com o rgil, ainda não falhei.
Então falhaste a segunda previsão, que era para mim.
Jovem, apesar das tuas connections na área, tu não és Deus, pelo que não podes controlar coisas que simplesmente não dependem de ti, muito menos prever o tempo exacto até ao próximo encontro.
Portanto, até uma próxima oportunidade, seja ela quando for e se ela (por desfortuna) realmente vir a acontecer.
"A minha solução é assumir definitivamente que o período de tempo utilizado é uma mera previsão."
mera - adj. f., simples;
previsão - s. f., acto ou efeito de prever (prognosticar, supor, conjecturar)
Daqui a pensar ser Deus ainda vai uma grande distância.
Até amanhã.
eu ainda proponho que se substitua a palavra ADEUS, por outra mais adequada às crenças religiosas de cada um:
-Aála
-ABudha
-AJeová
-Amim (adequado ao José Mourinho)
- etc.
Ok, tu não tiveste química, mas devias saber que estás a usar muitos algarismos significativos, o que é um indicador da precisão da estimativa feita. Eu não digo: "o meu peso é de 70,000000000 kg aproximadamente".
Esquece... esta conversa está a ficar inútil, no mau sentido.
Até amanhã!.. estou já a guardar trocos para o teu lanche :D.
Eu não tive química, mas eu sei o que é que estás a dizer, e era esse o objectivo da minha teoria, ser mais preciso. Concordo com a ideia de que isto está a ficar inútil.
Amim e até amanhã. Estou a guardar moedas de 20 centimos pós matrecos :D
P.S. Já nos enganámos ambos no anterior "até amanhã" por, pelo menos, 6 horas e meia...
Bom, o RGil que eu conheço não escreveria algo assim. Parabéns amigalhaço! Estás a escrever muito melhor.
Eu por vezes limito-me a um Xau (se bem que isto agora se calhar um Tide ou um Persil também não era mal pensado).
Quando se trata de prever tempos, também não costumo ser muito preciso, utilizando o Até amanhã apenas quando tenho grandes percentagens de certeza que esse Até amanhã corresponde mesmo a um Até amanhã. Quando tal não se sucede, a minha expressão favorita é Até um dia destes não pondo porém de parte o Até à vista.
E assim me despeço com um Omo, perdão, Xau e com um Até logo (sim, porque é provável que logo volte a escrever qualquer coisa no blog).
Desculpem não ter acompanhado a discussão mas questões laborais não me permitiram. Tenho a dizer que apreciação do Sr.RJT em relação a afirmação está correcta, mas também tenho que discordar por completo no que diz respeito á solução por si apresentada. O principal motivo para adopção de uma nova abordagem ao acto de despedida surge para evitar que “vivamos numa sociedade de mentira e falsidade”. Assim, esta abordagem tem de banir por completo possíveis incertezas ou imprecisões. Como exemplo flagrante, foi a utilização do “Ate amanhã” por parte do Sr.RJT num post e sem que tenha passa o tempo necessário para a validação da sua expressão o Sr.RJT voltou a “postar”.
Por fim resta-me só dizer até daqui a um certo e determinado período de tempo indeterminado, que, espero que seja curto...
Ena ena, acertei!
Quanto à minha teoria, eu também não concordo com ela, era só para mostrar que tenho uma.
É curioso, mas o futebol fonte de tanta secura não tem sido um tema de grande discussão. A excepção para confirmar esta regra, foi o post do Sr. HeroOfTheDay que falava sobre o clube que auto denomina de glorioso e que tem 6 milhões de adeptos. Mas deixando-me de provocações, acho que frases como as que vou apresentar são momentos de uma secura só ao nível dos intervenientes desse desporto de massa denominado de “a bola”.
Aqui deixo um breve lista das minhas preferidas:
- O nível de humidade está muito superior a 100%
- Lá vai Victor Paneira no seu estilo inconfundível... Não, não, é o Paulo Sousa!
- O meu coração só tem um cor, azul e branco.
- O Porto estava a beira do abismo, mas deu um passo em frente.
- Prognósticos só no final do jogo.
Para finalizar, e porque é importante dar o méritos a quem o tem, era imperdoável se não fala-se desse monstro das intervenções secas no futebol o grande Gabriel Alves. - Gabi se me estás a ouvir, obrigado por esses momentos únicos e maravilhosos.
Até daqui a um certo e determinado período de tempo indeterminado
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