Ontem estive num jantar de aniversário. Isto pode parecer-vos surreal, mas quem me conhece acusa-me, ultimamente, de sair pouco, quem não me conhece, enche a boca para me chamar de anti-social.
Mas este jantar (no qual tentei espalhar, sem sucesso parece-me, a morada desta casa) fez-me comprovar algumas ideias aqui reflectidas.
De facto, é nestas horas que as piadas secas surgem:
"O B. gosta tanto, tanto, tanto de motas que quando morrer quer ser cromado"
Esta foi inventada, tanto quanto pude apurar, por M.A. e dita por M.
Pedi autorização para a publicar e disseram-me que sim. Não tenho é a certeza de que terem ouvido a pergunta.
O segundo ponto, já aqui discutido, é sobre a memória e a sua relação com a piada seca (reflexão extremamente pertinente do sr. Z@ - permita-me tratá-lo assim).
Na verdade, tenho algumas reminiscências de, por volta da hora zero, termos saído da casa de repasto e colocados ante a hipótese do "para onde vamos?", alguém ter mencionado "Mancha Negra", um outro ter acusado que o "tipo é uma nódoa" e depois algumas recordações avulsas sobre glutões, presto, criptonite e super-homem.
Também tenho uma vaga ideia de se ter discutido autópsias, cérebros que se tiram e depois não cabem e cérebros que se tiram e depois se metem na barriga.
Vejo-me agora na situação, quiçá aflitiva, de desconfiar ter estado perto de piadas secas de nível elevado e não me lembrar de nada.
Descansam-me as reflexões do mestre espiritual desta casa: não sou a única a quem isto acontece.
terça-feira, dezembro 28, 2004
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11 comentários:
Já que estamos numa de reflexões e estamos na altura do Natal, não posso deixar de compartilhar convosco esta frase dita ontem por esse grande actor que é o Marco Horácio em directo da Figueira da Foz no Levanta-te e Ri:
Não penses no passado, que não podes mudar. Não penses no futuro, que não podes prever. Não penses no presente, que não comprei.
É nos jantares, convívios e socializações com pessoas de um certo nível intelectual e humorístico que os momentos mais secos surgem. Existem situações em que a piada seca irradia num fenómeno de rara beleza. É impossível repetir esses momentos. Na associação "mancha negra"/"é uma nódoa" é relativamente fácil de perceber a piada. O resto é como um acidente de viação:
"Eu ia a falar com os meus amigos sobre nódoas, de repente o gajo que estava à minha frente ginou para os glutões sem avisar, e quando dei por mim já estava capotado a rir com o super-homem."
Já agora, eu também já tive a experiência traumática que é jantar com alunos de medicina... Não vou referir promenores (até porque acabei de almoçar), mas posso afirmar foi abordada a temática do exame à próstata, nomeadamente numa aula com vários alunos e alunas a ver e a experimentar. Depois disto, a conversa das autópsias parecia sobremesa.
Imagine então o sr. TRAlves a minha angústia se eu lhe disser que estes já não são alunos...
Isso de já serem médicos acho que ajuda... Parte do meu trauma vem de imaginar um Sr. a ser examinado enquanto vários alunos e alunas (a que estava a contar até era bem gira) viam e experimentavam. Não é preciso explicar como é que se faz um exame à prostata, pois não?
Como se já n fosse suficientemente mau um gajo levar com um dedo pelo cú acima como ainda por cima era com assistência... e a assistência tb podia meter o dedo... dassss....
RedScout: Obrigado por teres trazido de novo essa imagem à minha cabeça, ainda por cima de uma forma tão explícita...
A resposta certa à pergunta era:
- Não.
Sempre podes ter a sorte de uma das alunas gostar do que viu e te convidar para sair no dia seguinte. Se bem que não sei se uma rapariga ia gostar de sair com alguém a quem já meteu o dedo...
Duvido muito que isso fosse acontecer. Acho que numa situação dessas ia ficar muito... tímido...
Não iria causar boa impressão...
ahahah, o sr. TRAlves, um tímido?
desculpem, decididamente o meu cérebro não está a funcionar devidamente, pelo que o vou fechar e aproveitar os últimos resquícios de lucidez para desejar um Feliz 2005. Até para o ano, camaradas!
É melhor... Essa pergunta que a Sra.Sofia fez não pode ser respondida de uma melhor maneira que não através da transcição deste pequeno, mas grande, diálogo entre George e Elaine (Seinfeld ep. "" The Hamptons):
"Do women know about shrinkage?"
"What do you mean, like laundry?"
"No..."
"Like when a man goes swimming... Afterwards..."
"It shrinks?"
"Like a frightened turtle."
"Why does it shrink?"
"It just does."
"I don't know how you guys walk around with those things."
- George, Elaine and Jerry, in "The Hamptons"
A verdade é que quem tem cu tem medo... e uma plateia cheia de aspirantes a médicos... prontinhos e ansiosos de meter as unhas numa cobaia de rabo pró ar... realmente mete muito medo... cruzes canhoto!
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