quarta-feira, novembro 23, 2005

Now I'm a believer [para uma maior compreensão do problema, colocar a música do Neil Diamond a tocar]

Isto já anda a incomodar-me há bastante tempo. Sinto-me profundamente chocada, atónita, diria mesmo. A coisa tem contornos de surreal e às vezes até penso que não, que não aconteceu, que imaginei. Devo dizer que a ciência deveria ocupar-se deste problema com celeridade, sob pena de graves prejuízos num futuro próximo.
Mas como tem piada, sequíssima, e até agora não temos explorado muito a piada na justiça (ou temos, desculpem, ou não), achei que teria de gravar isto. Para mais sendo real e verdadeira.

Há um rapaz que foi apanhado 60 vezes sem carta de condução. Foi a tribunal e saíu em liberdade (pena suspensa, parece-me).
Nada de estranho? Não.
Mas reparem. O rapaz foi a tribunal e disse ao sr. Juíz que não voltava a conduzir enquanto não tivesse carta.
Eu pergunto: como é que um juíz acredita num réu que diz que não torna, quando ele já tornou 60 vezes?

Isto levanta-nos outras questões. Formulemos as hipóteses de trabalho:
1. Quantas vezes é preciso "tornar" até deixarem de acreditar em nós?
2. O número de tornas varia consoante o interlocutor?
3. E varia em função de quê? (a ver: poder, número de cabelos, número de vogais no nome próprio?)
4. Qual é o número máximo de tornas que se podem realizar, de forma a cometermos um erro<=1?
5. A crença depende exclusivamente do número de tornas que se realizam ou estão associadas ao tipo de torna?

Este juíz deve ser o último dos crentes. Merecia um prémio!

5 comentários:

Unknown disse...

Deixando passar incólume o perfeito desajuste do post ao objectivo do mestrado, proponho que o prémio a atribuir seja o disco "Pedro e o lobo" de Sergei Prokofiev.
Deixo à consideração dos alunos do mestrado a punição a atribuir por colocação de posts que falham na intenção de serem piadas

Gabriel Oliveira disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Gabriel Oliveira disse...

O prémio parece-me muito porreiro, e dignifica (na sua escolha) o maestro Atalaia. Lembro-me que, nos seus programas sobre música, na RTP 2 (aqui há uns 20 anos), o maestro José Atalaia até interpretou parte de "Pedro e o Lobo". Recomendo uma versão da Deutshe Gramophone, com a narração do nosso camarada Sting.
Quanto à punição... eu não falaria nesses moldes. Afinal de contas, "piadas que falham na intenção de serem piadas" são a essência deste mestrado. Se fosse um blog de piadas bem sucedidas, bastava comprar daqueles cassetes da feira. Não há ciência que se esconda por detrás disso. Agora, nos "actos falhados do humor" é que se escondem mais coisas [entre o céu e a terra] do que a tua vã filosofia pode supor, meu caro Horácio... ups, Atalaia!

Sofia Bento disse...

O desajuste, sr Atalaia, é precisamente uma das características de estudo da piada seca. Eis um bom tópico para uma tese. Talvez queira o sr Atalaia debruçar-se sobre essa matéria.
Sol! Mais uma nega! Se bem que os srs avaliadores ainda não se pronunciaram, mas pela reacção...
O prémio parece-me bem, razoável, vá.

Sofia Bento disse...

o prémio não será demasiado bom?